Xanana Gusmão é agora favorito para o lugar de primeiro-ministro
DUAS VOLTAS e muita polémica à mistura marcaram a eleição de Ramos Horta como nove Presidente timorense. O Prémio Nobel e sucessor de Xanana Gusmão ganhou de forma clara ao seu rival Francisco "Lu Olo" Guterres por expressivos 69%. Aguarda-se agora que a chegada de Ramos Horta traga a estabilidade social que o país tanto necessita para finalmente partir para uma nova fase de desenvolvimento socioeconómico.
O recém-eleito Presidente garantiu que seguirá o trilho do diálogo para evitar os conflitos entre apoiantes das várias facções políticas, como já aconteceu há um ano atrás, quando confrontos entre polícias e manifestantes provocaram a mais grave crise social no país após a sua independência.
"Seguirei o seu exemplo de dirigir o diálogo entre a sociedade civil, a Igreja Católica e outros grupos com o Governo e o Parlamento como órgãos soberanos do Estado para resolver as nossas diferenças", declarou Ramos Horta em relação a Xanana Gusmão, o qual foi homenageado pelo seu sucessor num acto de despedida, terça-feira, em Díli.
Por seu lado, Xanana Gusmão referiu que estará sempre presente para ajudar o novo Presidente timorense e que não se afastará do circuito político do país, uma vez que se prepara para disputar as eleições legislativas de 30 de Junho pelo recém formado partido, o Conselho Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT).
Xanana Gusmão está mesmo bem posicionado para ascender ao cargo de primeiro-ministro, isto fruto da sua posição histórica que ocupa no país enquanto símbolo da resistência timorense à ocupação indonésia.
Numa tentativa de intimidação aos militantes de outros partidos e tendo em vista as próximas eleições legislativas, o secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, Mário Alkatiri, denunciou hoje que várias casas de membros do partido foram incendiadas. Alkatiri pediu mesmo às forças de segurança da ONU para que abram um inquérito em relação a este incidente, já que, segundo ele, "existe uma estratégia para destruir a base do partido e derrubar o Governo eleito de maneira democrática".
Entretanto, na Europa, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, já enviou uma mensagem de apoio e felicitações ao recém-eleito presidente da jovem nação e no qual reafirma o total empenho da UE em ajudar à consolidação do projecto democrático de crescimento do país. "A Comissão Europeia está consciente dos enormes desafios que Timor-Leste vai enfrentar, durante a sua presidência, para ultrapassar a actual crise e atingir os seus objectivos em matéria de segurança nacional, de desenvolvimento económico e de estabilidade social."
Fonte: Semanário
Data: 18-05-07
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