Quinta-feira, 19 de Novembro de 2009
Memória da ocupação de Embaixada US em Jakarta 1994 (7)
13 de Novembro
Houve negociações entre embaixada americana e embaixada de Santa Sé para nos tirarem de lá ou tentativas de nos conseguirem transferir. Pareceu-me que a América não quis manchar o bom relacionamento com Jakarta com a nossa acção antes da chegada do seu presidente e pretendeu, por isso, encontrar uma solução envolvendo outras embaixadas. Regeitamos simplesmente este facto.
Com levantamento dos nossos colegas em Timor deram-nos um grande ânimo.
Demos entender, na conferência de imprensa que seguiu, que a nossa intenção era entregar a petição pessoalmente ao Presidente Bill Clinton ou ao seu secretário estado Warren Christopher.
A possibilidade do nosso desejo de se encontrar pessoalmente com presidente e ou com o seu secretário de estado estava fora de questão. Mas o embaixador Robert L. Barry estava disponível para transportar a nossa petição ao presidente.
Se não estou em erro, não entregamos logo a petição naquele dia. Só entregamos ao embaixador uns dias depois.
A nossa rotina era reunir-se antes de falar com imprensa, contar anedotas para ocupar o tempo e sentar a espera que haja alguma novidade antes de voltar reunir para tomar medidas a seguir.
De Henrique Correia a 19 de Janeiro de 2010 às 04:37
Maun Zito: foi com muita emoção que li este relato que fizeste sobre este glorioso feito que foi um punhado de pequenos estudantes Timorenses ter conseguido uma proeza dificílima em plena capital da Indonésia e assim ter atraído as atenções do mundo inteiro.
Desde o primeiro momento que estive atento às ocupações das embaixadas em Jakarta. Sofri à medida que o tempo ia passando, sem saber o que iria acontecer. Vibrei quando soube que os estudantes tinham conseguido atingir o objetivo. Nem todos conseguiram, mas o que interessa é que o objetivo foi atingido.
Nunca soube quem eram esses heróicos estudantes. Nunca ouvi pronunciar os seus nomes. Eram jovens anónimos e patriotas. Agora sei quem eram alguns deles, mas afinal são jovens como os outros, pessoas simples e humildes. Têm consciência da grandeza do seu feito, mas veem-se apenas como instrumentos da luta pela libertação e não como vedetas ou heróis. Sabem que a sua ação só fez sentido por estar interligada às ações de todos os outros Timorenses, jovens ou katuas, em rai laran ou rai liur. Só assim, com um imparável movimento nacional, foi possível encontrar o sucesso.
Gostei que tivesses decidido escrever esta grande façanha. Esta história (e outras) tem que ser contada para que todo o mundo saiba e possa admirar e respeitar os bravos jovens Timorenses. Também para que as futuras gerações possam saber dos feitos dos mais velhos.
Gostei de saber que és um desses heróis, de Stª Cruz e da embaixada americana. Isso só me fez ter ainda mais admiração por ti e ter ainda mais orgulho por fazeres parte do meu grupo de amigos.
De Alexandre Brito a 21 de Fevereiro de 2010 às 23:23
Meus caro
Venho pedir ajuda para reencontrar um velho amigo de faculdade, cidadão
timorense e chamado Tomás de Lemos Jesus.
Grato
Alex Brito
De
Birak a 1 de Março de 2012 às 00:05
Grande Irmão Zito,
Fique muito emocionado a ler os teus testemunhos reais sobre os 29 jovens Mauberes que ocorreu em 12/11/94. Este foi um acto com muito coragem da heróica luta de Resistência Maubere em todas as frentes pela sua independência. Finalmente a independência do povo Maubere é reconhecido através do Referendo/Consulta Popular. Ficamos com muito orgulho com este povo que deu um magnífico exemplo significativo ao todo mundo a conhecer a sua própria identidade nacional. Apesar de ilha de Timor – Leste pequena mas o povo Maubere é magnífico. A vossa acção está escrita na memória histórica nacional do povo Maubere.
Saúde e Avante Maubere!
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