Terça-feira, 17 de Abril de 2007

Que herança?

Que herdamos do nosso passado longínquo como povo colonizado pelos portugueses e ocupado pelos indonésios?

 

De Portugal herdamos a religião católica, o nome como Paulo, Maria, António, a língua portuguesa dominada por uma pequena parte que hoje constitui a elite política do nosso país. Da Indonésia, o pior que herdamos foi uma mentalidade de corrupção da administração estatal (a única estrutura que oferece melhor condição em termos de prestígio social). Basta olhar para a chamada concepção de "proyek" aos "CV's". Mas em termos de formação dos recursos humanos a Indonésia levou a melhor. Isso, ninguém duvida.

 

Nestes últimos cinco anos temos assistido a declarações infelizes por parte de alguns líderes no nosso país, em chamar "Sarjana Supermi" aos que tiraram os seus cursos na Indonésia. Este tipo de declaração, indirectamente, quer dizer que eles não são necessários para o país. É quase uma bofetada para uma geração que não tinha possibilidade de escolher o melhor para si e para o seu país.

 

Queremos ou não, temos que admitir que a distância que separa as duas gerações, os formados da Indonésia e os líderes que viveram no exílio, é enorme. Basta ver a criação e a formação dos novos partidos que concorreram às eleições de Assembleia Constituinte. A fricção e a diferença existem mas, tendo em conta tudo que herdamos do passado, a disputa política no presente entre os partidos políticos e os políticos das duas gerações, devem ser pautadas pelo respeito mútuo para que o percurso da nossa democracia emergente possa prosseguir o seu rumo sem sobressaltos.

Por Zito Soares às 10:47
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1 comentário:
De Henrique Correia a 4 de Maio de 2007 às 22:55
Eis uma boa reflexão sobre um dos temas mais importantes do Timor de hoje.

A conclusão a que chegamos é que Timor-Leste é um país multifacetado e todas essas facetas têm que aceitar-se mutuamente, pois negá-las é negar o próprio Timor-Leste.

Citando as palavras do dr. Alberto Araújo, ilustre membro do FórumJET, Timor não é dos de 1975, nem dos de 1999, nem dos "300" [estudantes em Portugal], etc."

Timor é todos e de todos. Sem dar esse primeiro passo de aceitação é impossível seguir em frente.

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